Stammer Festival nutre cena underground em sua primeira edição
- Brendha Souza (Shoyu)
- 16 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
Em entrevista exclusiva, músicos falam sobre a hostilidade de público joinvilense e futuros projetos
No último sábado, 14, o Hangar 7 Music Bar recebeu o festival independente da banda autoral Stammer e contou, no seu line up, com outras duas bandas notáveis. Quem abre o show para os headliners é a banda Overtrio, tributo ao Motorhead, que desde 2022 surpreende o público com suas apresentações eletrizantes e sua admirável fidelidade ao vocal de Lemmy Kilmister. Intensos e talentosos, eles trouxeram ao palco a raiz do heavy metal britânico em forma de solos performáticos, protagonizados por Igor Bach, a bateria intrigante de Luís Fernandes e o baixo e vocal sofisticado de Gleber Januario.
O rock n’ roll não teve descanso, pois em sequência a banda Lustre sobe aos palcos, conectando todos com seu groove característico e estética boêmica. Disponível em todas as plataformas, a banda lançou seu primeiro EP “Acende a luz que eu vou dançar” e entusiasmou a todos adicionando suas novas canções em um setlist especial. Felipe Laba, baterista da Lustre, impressiona com seus toques dinâmicos que, unido com seus colegas, cria um contexto musical fluido e divertido.
Por falar em lançamento, a motivação do festival vem carregada de novidades. A banda Stammer se prepara para a estreia de seu primeiro álbum, que misturará elementos do hard rock e heavy metal. Com seus sons autorais, a banda joinvilense envolve seus fãs em autenticidade desde 2015 e criou o projeto Stammer Festival com a intenção de favorecer as bandas autorais da região e promover uma troca de experiências. Em entrevista exclusiva, os membros relatam as dificuldades para sobreviver dentro da cena, enquanto grupo que escolhe não produzir covers e tributos, e se entusiasmam ao contar o processo criativo de seu festival. Luis Gustavo, guitarrista e curitibano, pontua sobre as complicações em Joinville para encontrar casas de eventos dispostas a apoiar os movimentos independentes e em construir um público corpulento para o tipo de interpretação proposta. O vocalista, compositor e fundador Lucas Stammer conta que a inspiração veio de festival produzido em setembro deste ano pela banda Mad Head Machine, e que pretende lapidar o projeto com as experiências de sua primeira edição. “A maior parte das pessoas querem ouvir os clássicos que já conhecem, então os bares da região vão escolher consequentemente o que traz mais público. Por isso é muito importante iniciativas como a nossa, para criar um espaço mais diversificado”, relata o baixista Guilherme Polli.
A desvalorização da arte no município, a falta de recepção de um público ocluso e a priorização de “panelinhas” no cenário alternativo, foram alguns dos tópicos destacados por todos. Lucas exprime “Queremos conquistar um público autêntico que curta nosso som! Não temos certeza de que vai dar certo, mas queremos nos movimentar e quanto mais pessoas conhecerem nossa música, melhor”.
A resiliência dos artistas da cinza "Manchester Catarinense” é formidável e os sonhos destas pessoas movem a cultura local. Por essa razão, a valorização e a contribuição com os eventos singulares merece ser destacada.
Confira as fotos do evento: https://drive.google.com/drive/folders/1AJ4YMXt2BD-L7fXTiISlV3twHMymox7d?usp=sharing
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